quinta-feira, 19 de agosto de 2021

CERTIFICADO DE REGISTRO DE MARCA E LOGOMARCA (Instituto Nacional de Produção - Ministério da Economia

 É com orgulho que comemoramos o recebimento do CERTIFICADO DE REGISTRO DE MARCA E LOGOMARCA do Instituto Nacional de Produção Industrial (INPI) do Ministério da Economia. 


            Aconteça o que acontecer... nunca desista!!!





DOC CLINICS e DOC Life Support investindo numa nova era!!!







Além de suporte médico presencial ou por clínicas físicas estamos investindo na prestação de serviços de informação, assessoria e consultoria pela internet e de disponibilização de produtos específicos relacionados à nossa área de trabalho.








quinta-feira, 8 de abril de 2021

 

               Aspectos filosóficos e psicossociais da Medicina Estética

                                e seu contexto no mundo moderno

                                               

                                               Autor:     Dr Joselito Fonseca Corrêa

                                              Médico pós-graduado em Medicina Estética       

                            Membro da Associação Brasileira de Medicina Estética

                                                            

                     

 

Resumo

     Procuraremos avaliar a Medicina Estética enquanto entidade médica que embora ainda esteja em desenvolvimento no Brasil apresenta-se desde cedo dona de um contexto singular na área médica e por outro lado, demonstra-se por vezes, insubstituível numa sociedade moderna dirigida a cada dia mais e mais por novos conceitos filosóficos, estando em constante desenvolvimento cultural e exigindo que essa nova área médica destine-se a resolver não somente entidades nosológicas de ordem estética como também suas potenciais repercussões sociais e psicossomáticas. Esta é a questão que se impõe no decorrer do presente trabalho o qual aborda a evolução do conceito de beleza estética da pessoa humana no inconsciente coletivo, visivelmente evidenciado pelo crescente fomento comercial e econômico nas áreas da cosmética, da moda e da publicidade. Embora esse seja um fato social, envolve paralelamente distúrbios de ordem psicossomática àqueles que buscam ajustar sua imagem corporal ao seu meio uma vez que, não de forma concreta e perene mas sim mutável e metamórfica, o conceito de beleza muda assim como a moda e o cinema, buscando sempre novos conceitos, novas tendências e mesmo o lado inusitado da beleza não conceitual. Observa-se, a partir dessa premissa, imperativo definir que a Medicina Estética não destina-se à solução apenas de questões relacionadas aos conceitos de beleza "corporal" e "física" mas também e principalmente a outras de caráter muito mais vital à humanidade como por exemplo as de "ordem reprodutiva" além de outras referentes ao melhor desempenho profissional num mundo extremamente competitivo, ao ajustamento do indivíduo ao seu grupo social, além da manutenção psíquica prevenindo desordens psicossomáticas relativas ao self e ao equilíbrio interno da imagem corporal. Por outro lado finalmente citamos as características que tornam a Medicina Estética uma área única no contexto da vida moderna, a qual devido à escassez de tempo e de toda a assistência exigida nos procedimentos mais invasivos, necessita que os cuidados estéticos sejam precisos, rápidos e economicamente adequados a toda uma demanda em constatante expansão.     

 

1 - A Percepção lúdica do indivíduo e seus anseios

     Ainda que o médico esteta esteja apto perante à sua ars medicae e mesmo perante a arte da pintura ou do desenho a identificar padrões clássicos de beleza (6), para que ele atenda às exigências internas (mentais) e externas (corporais) de seu paciente é necessário que saiba adentrar o mundo lúdico que a psiquè cria (14) e que é o mesmo que idealiza a imagem física desejada, para a qual o esteta deve direcionar seus esforços médicos.

     A chave mestra de todo esse complexo emaranhado de influências que leva à perfeita e harmoniosa "Identidade Pessoal", paraíso dos resultados estéticos, chama-se "Imagem Corporal". A Imagem Corporal é formada pela inter-relação de outras componentes igualmente importantes a saber:

a) Imagem subjetiva. Imagem que a pessoa não vê, mas que existe em sua mente. É       composta por duas outras imagens: 

     - Imagem Subjetiva Idealizada:  Aquela que se deseja, consciente ou inconscientemente ter. Representada pelas fotografias de artistas e manequins ou mesmo modelos desejados de silhueta ou de partes do corpo em imagens de revistas. Podem estar conscientes ou seja, a pessoa sabe relatar quais são ou o tipo. Podem também estar inconscientes ou seja, a pessoa tem em sua memória, fazem parte de sua Imagem Corporal mas ela não se lembra conscientemente. 

     - Imagem Subjetiva Representada. Pela observação de terceiros (informações externas). Toda vez que alguém nos olha, nos envia uma série de impressões externas sob a ótica de outras culturas.

b) Imagem Objetiva. A que a pessoa vê, olhando e sentindo seu corpo ou mesmo comparando-o com imagens guardadas em sua mente. Pode ser:

     -Imagem Objetiva Real: Aquela que a pessoa realmente tem.

     -Imagem Objetiva Aparente: Aquela que a pessoa acha que tem, mesclando memórias de imagens similares e mesmo usando recursos de beleza (maquiagem, roupas, penteados, recursos fotográficos)ou mesmo ângulos mais bonitos e atitudes de charme frente ao espelho e à câmera fotográfica.

     A Imagem corporal não é uma sensação fruto de nossa imaginação mas o esquema estrutural do corpo em nossa psiqué dependendo assim de íntima e específica relação com a personalidade do indivíduo. Observamos ao longo da vida que nosso corpo muda de acordo com nosso estado psíquico ou seja, com nosso humor, tomando formas mais belas em períodos mais felizes e menos belas em períodos menos felizes. Notamos assim que a beleza corporal tem dependencia intrínseca com a personalidade e essa por sua vez com o psiquismo e que ambos são submetidos a pressões externas necessitando constante adequação psicossocial, necessitando da mesma forma de serem acompanhadas de imperiosas mudanças e adaptações corporais. Tudo isso se reflete na construção da imagem do corpo pois a vida psíquica confere mudanças contínuas de imagens, ora deformando-as, ora agitando-as, ora diminuindo-as. Para evidenciar a importância da Imagem Corporal na psiquè e sua correlação com a vida social, alguns autores (13) insistem em demonstrar que a mulher tem interesse em sua Imagem Corporal na dependência de sua situação econômica.

     Como foi dito acima, a Imagem Corporal não é apenas uma sensação ou algo fruto de nossa imaginação, ela torna-se real à medida que passa a ser a realidade corporal ou a partir do momento que passa a pelo menos  contribuir com a formação do novo perfil estético corporal seja recalcando um impulso alimentar, seja sublimando um ideal de buscar auxílio profissional da Medicina Estética por exemplo. Essas imagens tanto inconscientes quanto conscientes são permeáveis entre si ou seja, muitas delas deixam de ser conscientes e passam a ser inconscientes e vice-versa tanto num movimento de feed-back positivo quanto negativo, com mudanças, propiciando crescimento e desenvolvimento ou vice-versa, do mesmo modo que emoções boas ou ruins e as respectivas ações fruto dessas emoções se interligam com as novas imagens que vão surgindo do corpo. O próprio hábito de comer menos por exemplo, dieteticamente objetivando-se mudanças corporais, pode iniciar-se num plano psíquico consciente mas depois de algum tempo passar a ser incorporado ao cotidiano de forma plenamente inconsciente. Por outro lado pode haver restrição alimentar inconsciente em algum tipo de convívio profissional ou social que seja suscetível a esse comportamento e a pessoa tomar consciência que mudou seus hábitos dietéticos somente depois de algum tempo, por observar perda de peso durante o ato de pesar-se. Em tempo e oportunamente acentuamos que esse esquema mental de estruturação corporal forma-se devido ao contato do indivíduo consigo mesmo e com o mundo que o rodeia sendo que consciente e inconscientemente existem contribuições anatômicas, neurológicas, fisiológicas, sociológicas, dentre outras tantas que também merecem atenção dos profissionais da área médica.

 

2 - Importância estética dos orifícios corporais    

     Sabe-se que o interesse pelo próprio corpo já começa desde a infância tendo a criança o apelo oral.

     Psicanaliticamente, a interação entre o "ego" e o "id" é que constroi a Imagem Corporal, na qual as tendências egóicas e libidinais se relacionam continuamente. Manifesto na fase adulta de vida quando é local destinado à sedução, direciona-se a libido narcisicamente para a boca mas sabe-se que mesmo a criança tem interesse pelo próprio corpo na dita fase oral. Havendo um núcleo da Imagem Corporal na zona oral, poder-se-ia dizer que a Imagem Corporal começa a se desenhar na boca crescendo mentalmente a partir daí para a cabeça, os braços, as mãos, o tronco, as pernas e os pés além dos locais que são fontes de prazeres especiais.

     É importante salientar que existem significados psicológicos sempre quando são abordados os orifícios do corpo ( auditivos, nasais, abertura dos olhos, boca, meato urinário, orifício vulvar e ânus) pois eles aproximam o corpo da mente. Sendo orifícios que permitem as trocas essenciais (fluidos corporais) e constituem zonas sensoriais, configuram-se especialmente em aberturas do soma através das quais o indivíduo abre seu "interior" psicossomático para o mundo exterior e deixa suas tendencias psicossexuais fluirem, demonstrando-se como zonas eróticas de grande importância e sede de inúmeras fantasias psíquicas. Por estes mesmos motivos, vale a pena especificar que tais orifícios também apresentam-se como pontos referenciais de modelos posturais da Imagem Corporal.

     Essa seria então a importância estética dos orifícios, em especial a abertura dos lábios, cujo fluxo da energia libidinal, por ser dinâmico, da boca atinge outros sítios como por exemplo os genitais, fonte de prazer especial e as sensações uretrais, completando essa imagem e configurando-a. Assim, já que é para a boca que toda a libido narcisicamente se volta, pode-se dizer que toda sedução começa pela boca. A emoção busca a sua expressão mais íntima (a sedução) para solucionar o estado de necessidade (reciprocidade) e obter assim a satisfação intensionada (sublimação).

 

3 - Delineamento corporal e sedução

     É importante lembrar a origem ectodérmica da pele ou seja, originada nos mesmos folhetos embrionários que o Sistema Nervoso ou seja ela realmente é um emaranhado de terminais nervosos sensitivos responsáveis pelo equilíbrio, defesa entre outras funções adaptativas do ser humano. Essa mesma pele, registrando inúmeras sensações táteis, é sede da necessidade de um contato de propriocepção ou seja contato das mãos sobre ela e consequentemente sobre o contorno corporal que ela delineia. As mãos recobertas pela pele e essa por sua vez repleta de receptores sensitivos deslizam sobre o corpo também recoberto por pele e receptores, permitindo-nos dessa forma estabelecer seus contornos em nossa mente de forma muito mais clara e precisa ou seja, espacialmente, localizadamente e sensitivamente quanto à textura e qualidade da própria pele que sente e também é sentida. De interesse à área estética, torna-se então evidente que o erotismo muscular é cutâneo, com sensações provenientes da pele e que tem significado para o delineamento da superfície do corpo já que essas sensações são mentalmente armazenadas e fornecem dados à construção da Imagem Corporal. Um exemplo disso e uma situação não muito rara e geralmente relacionada a gorduras localizadas e paniculopatia edematofibroesclerótica é aquela onde há a negação libídica de uma área "mentalmente" inestética:  -"Por favor não me toques assim", quando na verdade o que se afirmaria seria "Acho que essa parte de meu corpo não está bonita para você me tocar".

     O ser humano movimenta-se constantemente surgindo a todo momento situações que exigem dele soluções. Isso acontece em parte pelo conjunto de suas necessidades conscientes e inconscientes e também em parte pelas exigências da cultura e do convívio social. Este contínuo movimentar-se - para buscar a satisfação - é em geral movido por emoções (muitas vezes inconscientes); disto decorre a criação de situações para as quais surge a necessidade de se obterem soluções, o que gera ações, posturas e transformações corporais ditas de sugestão, expressão ou sedução.  

     A emoção busca no movimento, na ação, na postura ou mesmo na mudança de seu corpo, a sua expressão mais íntima... "a sedução". A sedução é buscada justamente para solucionar o estado de necessidade libidinal e obter-se assim satisfação. No entanto, se houver um bloqueio e se este processo for total ou parcial - em geral, este recalque é de origem estética, ideológica ou cultural - a resolução não é adequada, não há sublimação, a ação mostra-se comprometida e a emoção fica contida, o que implica que sua manifestação, então, faz-se de forma indireta e/ou simbólica e não plenamente. Nesse momento é que o médico esteta deve entender sua sublime tarefa quanto ao delineamento corporal para o alcance da sedução e consequente sublimação plena da compleição emocional. 

 

4 - Sociedade e cultura na formação da Imagem Corporal

      É importante definirmos que a Beleza trata-se de algo cultural (3) no qual a pessoa humana não seria apenas um elemento produtor dessa cultura, mas também num sentido especialmente biológico, um produto dessa mesma cultura. Para que isso seja entendido de forma mais profunda, devem ser estudados os fatores que desencadeiam essa estreita inter-relação (11). 

     Tanto a "cultura" quanto o "convívio social" estão intrinsecamente envolvidos na construção do componente "Imagem Idealizada" a qual estrutura a construção psíquica da "Imagem Subjetiva", que por sua vez contribui para a construção final da "Imagem Corporal". A "Imagem Idealizada" forma-se a partir da satisfação lúdica, neuro-hormonal e hipotalâmica, associada a "objetos" e imagens externas "esteticamente" harmônicos, revistas, moda, momentos sociais prazerosos, locais aprazíveis e demais associações de coisas que gerem bem estar psíquico ou adequação socio-cultural. O interesse observado pelo corpo de outra pessoa, contribui para a configuração postural. Vida social rica em imagens corporais proporciona soma de posturas corporais individuais, cujo resultado constitui a imagem final do corpo. Embora o indivíduo admita sua independência, sua postura corporal é resultante das imagens das pessoas com as quais se relaciona.  

 Grupos sociais, sejam esses familiares, de trabalho, condomínios, academias, faculdades ou até mesmo raciais tem conceitos próprios de beleza, os quais estão em constante mudança em concordancia com as experiências emocionais a cada momento de vida desses grupos e de cada indivíduo particularmente, gerando assim diferentes concepções do que seria beleza. A cultura, a personalidade, o jugo, o poder aquisitivo, as inter-relações sociais, as imagens externas colhidas (revistas, televisão, filmes, vida real, etc) e todo o "objeto" motivo de atenção e emoção podem influir nesses conceitos pessoais e individuais de beleza já que a mesma nada mais é que a procura de harmonia como meio de satisfação íntima. A Imagem Corporal não é sempre a mesma. É lábil, mutável e incompleta. Depende do uso que fazemos dela, de nosso pensamento, de nossas percepções e das relações objetais.

     Há relação nítida entre Imagem Corporal e zonas erógenas. A nudez, a vergonha, a timidez e o enrubescimento nos encontros sociais, onde se cruzam corpos, testemunham a ligação erógena. Os olhares das pessoas entre si permitem troca de imagens e como resultado ter-se-ia a existência da imagem social do corpo. A moda feminina, quando lançada, tenta conferir singularidade a uma mulher, tornando-a diferente das outras. Não tarda muito, a moda entra em evidência e as mulheres somando se igualam. A vida social proporciona imitação e consequente identificação de Imagens Corporais. Nossa própria imagem corporal não é possível sem as imagens corporais dos outros.

5 - Psicopatologia dos distúrbios estéticos

     Embora o conceito de beleza seja bastante subjetivo e sujeito a modulações socio-culturais, podemos afirmar que os distúrbios estéticos poderiam ser determinados socialmente (9). Se em determinado grupo de trabalho (vendedoras de cosméticos, por exemplo) fosse comum às pessoas que participassem dele terem necessariamente uma pele impecável, esse mesmo grupo colocaria o diagnóstico de "pele irregular" àquela que tivesse esse tipo de cútis, ainda que isso ocorrese de forma subliminar ou através de alguma atitude discriminatória tomada pelo grupo. Qualquer pequena atitude de exclusão direcionada a essa pessoa por seu grupo de trabalho poderia lhe ocasionar um problema social (pior desempenho laborativo) além de problemas psíquicos (depressão, risco psico-social,etc) associados a distúrbios de ordem somática (Doenças Psicossomáticas, desajustes da Imagem Corporal, identificação de novas entidades nosológicas relacionadas à pele não conhecidas anteriormente por pessoa leiga e consequente nosomania). Ainda que sendo fruto da vontade, a vida em uma determinada sociedade poderia ser por si só até mesmo uma fonte de sofrimento e doença (10), isso se nossa perspectiva analítica for a constante tendência à adaptação humana e padronização comportamental comuns a todos os membros de uma determinada sociedade ou grupo social. É importante frisar que não necessariamente esta seria uma relação causal ou mecânica, onde o "sofrimento social" levaria imediatamente ao adoecimento  uma vez que, segundo a O. M. S. define-se por saúde um "Bem estar físico, psíquico e social". Essa questão diz respeito à evolucão socio-cultural e política das sociedades que tendem a oferecer chances diferentes para que seus constituintes se protejam dessas tensões e conflitos onde a evolução se manifesta de forma tranquila, progressiva e equilibrada. No caso da sociedade brasileira, acreditamos ser a Medicina Estética uma atualização médica que muito tem a contribuir nesse ponto,  promovendo o bem estar físico e psico-social de forma simples e acessível.

     Assim sendo, um distúrbio de ordem psicopatológica pode ser gerado quando um desvio da "Imagem Corporal" se apresentar perceptível ou seja, quando a pessoa perceber uma não coincidência entre seu esquema psico-intelectual e a realidade do corpo. Numa perfeita harmonia sócio-cultural e psicossocial, e a partir desse esquema psico-intelectual da "Imagem Corporal", tudo na pessoa passaria a contribuir na criação da realidade. Com base na observação clínica dos relatos poder-se-ia a partir daí, do momento dessa "percepção da não coincidência", perceber-se então certa tensão, com significado de algo de dentro, a qual pode ser maior em casos de estresse ou doença física. A própria libido é a origem da tensão ou mesmo aumenta a tensão quando ela chega a exigir um corpo físico ou seja, um objeto para aplacá-la, quando então ter-se-ia algo de fora. O corpo poderia constituir-se das duas coisas simultaneamente, mas no fundo a psiqué nota que também pode ser algo diferente  e face às sensações táteis e dados sensoriais percebe-se o desvio da "Imagem Corporal" ou seja a "não coincidência" com a realidade corporal transformando-se assim em algo diferente do que existe no mundo lúdico do indivíduo, ainda que um dia esse "Ludos" de hoje já tenha sido a realidade de "Eros" ou "Apollo". A libido pode assim ser recalcada em seu confronto com a realidade da sensação tátil de uma área que não esteja esteticamente em conformidade com o ideal de beleza da Imagem Corporal. Problema ainda maior, a constância desses recalques pode gerar distúrbios bem maiores como a própria negação do corpo ou seja a soma das representações psíquicas do corpo e dos seus órgãos que constitui a imagem mental do corpo e esta pode não coincidir com o corpo, objetivamente considerado, ocorrendo em consequência um recalque automático dessa concepção objetiva de corpo. Podemos considerar dois grupos de fenômemos, o grupo ligado à aparência externa do corpo e o grupo relativo à parte interna. Nos pacientes do grupo com distúrbios ligados à aparência externa, observa-se um desprezo pelo corpo, particularmente pelos órgãos sexuais ainda que carregados de libido. Procura-se fugir do "soma", interessando-se por atividades intelectuais, levando vida solitária. Nesses casos, toda ênfase genital se desloca, com intenso colorido libídico, para a cabeça e o inestético (a calvície por exemplo) paradoxalmente passa a ser um tipo de beleza inusitada e simbólica onde erudição, cultura ou intelectualidade estariam subentendidos.

     O homem considerado "normal" mantém a unidade do corpo em virtude do predomínio de tendências construtivas. A modelagem embora vaga e nunca definitiva, acompanha as necessidades da vida. Às vezes o ódio parece destruir a boa imagem do corpo, mas logo depois o amor pode reconstituí-la e reorganizá-la e nessa intérfase a restauração da auto-estima através de procedimentos estéticos pode ser uma solução de muito valor. A doença seja ela de ordem parenquimatosa interna ou mesmo estética externa, compara-se psicanaliticamente toda ela, à impotente rendição do homem ante à inexorabilidade da sua condição mortal. Porém, tanto a morte quanto a doença estão relacionadas também ao "medo da morte" o qual estabelece paradoxalmente o reforço das fantasias de suporte à negação primordial tanto dessas fragilidades quando da finitude da vida através do "Mito da Fênix", ave fantástica que após a morte renascia das cinzas e, posteriormente, como símbolo, repesentava o deus Osíris, exatamente o fenômeno que acontece após um procedimento estético bem sucedido.

     Toda vez que alguém nos olha há uma troca de impressões sobre nossa Imagem Corporal as quais se manifestam não só como novos dados psico-culturais como também em "energias" correspondentes a sensações e manifestações de ordem neuro-hormonal que agem diretamente na relação id-ego gerando sublimação ou recalque, Eros ou Tânatos, alegria ou depressão, bem-estar ou mal-estar social

     "As emoções, ainda que sejam respostas universais de um organismo, submetem-se às influências sociais" (7). Dessa forma, a visão de mundo que se adquire no contato social é que vai nortear as nossas reações emocionais ou seja, sob quais situações sentimo-nos  alegres ou tristes. Sob a ótica freudiana (5), Narciso e Fênix se completam assim como Eros e Tânatos se confundem e ainda que pareça algo paradoxal, tal fusão deve ser vista como a expressão mais forte de energia geradora, uma situação que permite que seja entendida a dialética da vida e do próprio gênesis que surgiu do caos.

Na Regênesis o caminho traçado pela psiquê parece ser algo próximo a uma auto-reconstrução estrutural íntima. O indivíduo buscando realocar a libido intimamente de volta para o id de forma que esse tenha uma nova chance para ser "ego", obtendo-se assim um renascimento para uma forma que possa estar em maior harmonia com o "eu" atual. Note-se então que há o sacrifício do antigo ego para uma recombinação estrutural que resulte num novo self (18), o qual será recriado por sua vez também de forma adequada à nova Imagem Corporal socialmente recém-moldada pelo  convívio cultural igualmente adquirido recentemente. É imperativo ao médico esteta observar, para que desenvolva melhores subsídios técnicos à sua análise diagnóstica que na verdade, em sua "regênesis", não é o paciente que está em busca de tornar-se uma nova pessoa, jamais idealizaria seu "ego" já que sua Imagem Corporal pura depende da interação com indivíduos e objetos presentes no seu mundo cotidiano habitual com o qual interage também inconscientemente, nem mesmo procura isso através da "morte" já que seria inócuo ao id caso intensionasse criar uma regressão fusional conscientemente, além do fato de que, a maioria não se enquadra no que poderíamos chamar "erudita o suficiente" a ponto de ser capacitada para algo parecido com esse auto-modelamento psicológico que ora supomos. Para sua isenção analítica é fundamental ao médico olhar seu paciente e enxergá-lo como é ou seja, deve estar atento ao fato de que ele está inserido num contexto e assim sendo é fruto do meio sócio-cultural no qual existe e com o qual interage "ou não", sendo que sua "não interação harmônica" também é mecanismo de morte e consequente regênesis.

 6 - O médico frente à subjetividade conceitual da beleza

     A beleza extrema é escassa e reconhecida universalmente!

     Importante reportar que os médicos agem, de forma geral, como se os distúrbios estéticos fossem objetos concretos, esvaziados de qualquer significado, seja ele psíquico, seja ele social, seja ele cultural. Isso faz com que frequentemente, aquilo que o médico enxergue como problema, seja bastante diverso das preocupações do paciente. Não raro, observa-se pessoas entrarem e saírem de consultas com a frustante sensação de que nenhuma de suas "feiúras" foi resolvida e que o médico ainda acrescentou algumas novas que ela nem havia percebido. Ainda nesse aspecto, devemos ter em mente que, ao tomar a decisão de procurar um médico, as pessoas já se dão algum diagnóstico, baseado intrinsecamente nas influências internas e externas que sua Imagem Corporal vem recebendo. É fato estabelecido que todo paciente traz fantasias mais ou menos conscientes que não incomumente podem ser referidas em forma de queixas estéticas subjetivas ou mesmo objetivas baseadas ou não em fatos externos, por vezes hierarquizadas em ordem de severidade.

     Uma das afirmações que mais nos retrata a isenção que devemos assumir frente ao paciente é aquela exposta por Rubens de Melo Jr. (12): "Esforço maior da Etnografia - método pelo qual a Antropologia estuda uma sociedade  - é 'etnografar o etnógrafo', como forma de diminuir, ao mínimo inevitável, a influência que suas próprias concepções poderiam ter na descrição daquilo que se observa. Talvez seja chegado o momento de o médico ser ele próprio um etnógrafo - não apenas de seus pacientes, mas também - e principalmente -da medicina e de si mesmo. Talvez o esforço contínuo de reflexão sobre os condicionantes de nossa prática nos permita criar pontes que nos aproximem de nossos pacientes, fonte primeira de nosso conhecimento e objetivo último de nossa prática".

     É importante a nós médicos "ampliarmos a nossa capacidade de entendimento sobre o comportamento dos indivíduos e sua Imagem Corporal, no que eles são influenciados socialmente". Esta influência se faz de acordo com o grupo social ao qual eles pertencem, que reforçará ou punirá seus comportamentos assim como seu vestuário, sex-apeal, cultura e também seu perfil estético contribuindo constantemente para a remodelagem de sua Imagem Corporal. Na verdade todo fenômeno humano é um fenômeno social, como também a ordem social existe também como produto da atividade humana.  Observamos então que o comportamento humano é determinado (pelo menos em grande parte) através da inter-relação do indivíduo com o grupo do qual ele faz parte e o organismo humano desenvolve-se em interação com o seu ambiente social (grupo no qual se insere) e assim muitas das atividades corporais são influenciadas e serão determinadas socialmente.

 

7 - Os "Tempos Modernos" sob a ótica psicossocial 

     Embora "Tempos Modernos" de Charles Chaplin tenha sido criado para uma época em que a teoria administrativa ainda calcava-se em rudimentos taylorianos e o homem era exaurido ate sua morte psicofísica em busca de existência social, temos nesse filme a mais fiel tradução da questão que necessitamos abordar como complemento ao nosso tema principal e que por incrível que pareça, passou novamente a ser a realidade laborativa vivida nos atuais tempos modernos (8). Tem havido recentemente o que podemos chamar de  "alguma perda técnico-filosófica" e as novas teorias deram passagem ao retrocesso oficinal de John Taylor e o que vemos atualmente é mesmo a transformação do trabalhador em uma "máquina de apertar parafusos" que ato contínuo após outro, perde a noção do processo produtivo em sua totalidade sendo forçado a manter cada vez melhores performances visando maior produtividade. À margem de todo o seu esforço, esse mesmo trabalhador acaba por perder seu poder de decisão sobre seu próprio domínio profissional devido em parte à sua abstração e constante marginalização e em parte ao interesse crescente por parte dos ápices da pirâmide administrativa pelas arcaicas políticas dominadoras porém consequentemente mais lucrativas e "prazerosas"  no que diz respeito ao "domínio dos domínios profisionais" sem o devido cuidado quanto à ética das profissões e obviamente sem o devido respeito aos direitos humanos inalienáveis e mais básicos de toda e qualquer pessoa. Dessa forma, tem sua auto-estima danificada ou mesmo destruída, seu trabalho passa a ser desprezado não sendo percebido como interessante,  seu esforço não é reconhecido como socialmente significativo, não tem sua personalidade reforçada por um intrínseco e perfeito mecanismo de compensação psicossocial com seu trabalho e sua condição laborativa passa paradoxalmente a ameaçar sua dignidade humana (16). Apesar disso ele deve sobreviver nesse meio, satisfazer as espectativas e superar os demais quanto aos resultados (17). Alguns autores destacam, quanto ao aspecto que realmente vai definir essa sobrevivência e superação num respectivo meio que é a capacidade adaptativa do indivíduo que faz a diferença: "a sobrevivência de um organismo depende em última instância da capacidade física, biológica e psicológica de transformar o meio à sua imagem e semelhança, portanto, de autotransformar-se à imagem e semelhança do meio". 

     Por outro lado, além da sua capacidade de adaptação ao meio, como escapar à possível  situação viciosa que pode se apresentar ao trabalhador moderno? A saída mais aceita dentro do mundo adminstrativo é buscar o que denominam como "upgrade pessoal e profissional". Porém essa mudança no status quo não coloca a pessoa simplesmente à altura de situações sociais mais adequadas à sua personalidade mas também inicia um remodelamento em toda a sua Imagem Corporal. Arendt (2) nos traduz muito bem essa mudança necessária à evolução profissional: "O 'animal laborans' pode escapar à sua difícil situação como prisioneiro do ciclo interminável do processo vital, à eterna sujeição, à necessidade do labor e do consumo, unicamente através da mobilização de outra capacidade  humana: a capacidade de fazer fabricar e produzir o que é atributo do 'Homo faber', o qual, como fazedor de instrumentos, não só atenua as dores e fadigas do labor como erige um mundo de durabilidade". É um paralelo assustador usar tais comparações sob um ponto de vista antropológico rudimentar mas infelizmente é a realidade que se apresenta nos dias atuais. Adiquirir-se então o complemento profissional passa a ser o passo inicial seguido pelos demais que incluem novas conquistas econômicas e convívios com novos grupos sociais que naturalmente são seguidos pelo feed-back regenerador da Imagem Corporal e toda uma reestruturação psíquica e física onde a mudança estética pode ser a tônica mais marcante na qual o médico esteta tem sua presença fundamental no "regênesis" desse indivíduo para uma nova fase promissora em sua vida pessoal e profissional.  

     Seguindo toda essa gama de perspectivas supracitadas, é bastante conveniente afirmar que a reciprocidade num grupo é elemento definitivo na estrutura de grupos ou numa estrutura empresarial moderna passando assim a ser uma expectativa constante de cada membro que tenha por meta sua estabilização e crescimento nesse meio, sendo que o equilíbrio é um dos processos determinantes da dinâmica de todo e qualquer grupo (1). Como seria então a abordagem do médico esteta ao analisar esse processo adaptativo, as constantes influências que ele exerce na Imagem Corporal e sua relação com a beleza propriamente dita? A neutralidade como já foi descutida é a melhor forma de abordagem sendo bastante oportuno afirmar que nem sempre o meio de convívio relacionado ao trabalho (4) vai ser ser necessariamente receptivo à beleza e à moda da mesma forma que  esses não seriam necessariamente sinônimos de estabilidade profissional. Na prática, as atividades empresariais se efetivam ao nível dos pequenos agrupamentos, organizados com os subsistemas grupais da estrutura organizacional da empresa. "Grupos são totalidades dinâmicas que resultam das interações entre seus membros. Estes grupos realizam formas de equilíbrio no seio de um campo de forças. É em função da organização perceptiva do espaço social que as energias postas em jogo se completam e se combatem. Formam-se, também, redes de afetos, emoções e sentimentos entre as pessoas com as quais se mantêm variada frequência e intensidade de convivência interferindo diretamente na formação da Imagem Corporal e elegendo um padrão típico a cada grupo e sub-grupo empresarial específico". Mesmo revendo todos esses aspectos, pode-se finalmente concluir que empresas modernas e promissoras comumente têm visto num bom cuidado estético de seus funcionários, uma ótima oportunidade para  mostrar "a cara da empresa" ou seja, uma boa empresa manisfesta-se a princípio na boa aparência dos funcionários que a representam. 

 

8 - Contexto da Medicina Estética no mundo moderno sob a ótica socio-econômica

     Beleza não é luxo. É uma necessidade!
     Recentemente tem-se procurado estudar (15) cientificamente o tamanho espaço que a beleza estética tem ocupado no mundo empresarial, estudos estes representados aqui pela pesquisa do Prof. Christian Pfeifer da Alemanha para a área de economia o qual comparou a beleza das pessoas com o curso de suas carreiras confirmando em dados estatísticos que beleza é tão importante quanto inteligência quando o assunto em pauta é sucesso profissional. "Nós sabemos que pessoas bonitas geralmente são mais seguras e isso pode ajudar na hora da produtividade delas" diz Pfeifer sobre sua teoria da primeira impressão,  que acredita ser a mais importante "É possível que pessoas bonitas deixem uma marca melhor e mais duradoura nas entrevistas de emprego ou que elas se saiam melhor nessa hora", diz ele. 
No seu livro "A beleza rende : por que as pessoas atraentes são mais bem sucedidas", o economista americano Daniel Harmermesh  também afirma segundo as estatisticas que as pessoas bonitas (e competentes) geralmente tem salários melhores e que a satisfação com a aparência física oferece coragem para confrontar as dificuldades profissionais cotidianas. "Quem se sente bem com seu modo de ser é mais seguro, e confiança ajuda a transmitir ideias e habilidades, o que acaba conquistando os chefes."

     Numa vida massificada e populosa, o mundo moderno clama por algo que se destaque do óbvio sem perder sua tênue ligação com a moda e a estética da sociedade em que se insere. E é justamente uma pequena elite de pessoas extremamente belas que tem esse poder de se destacar e chamar a atenção na multidão de rostos e faces cotidianas em um planeta com 7 milhões de habitantes. Muitos artigos destacam os privilégios desse grupo, que recebe mais atenção quando criança, tende a ser mais popular na adolescência, consegue amor e sexo mais fácil quando se torna adulto e, segundo as pesquisas, ganha melhor na carreira profissional, tem facilidade para se casar enfim, tem uma vida mais fácil e mais promissora. Como observamos nos relatos das referências citadas no parágrafo anterior, o privilégio desse grupo de pessoas belas (o qual, presente em todas as sociedades e classes sociais vem interferindo nos destinos da humanidade desde a antiguidade) só fez crescer com o aumento populacional nos últimos séculos. A tendência atual num mundo competitivo e em evolução é ficar-se alheio à inveja e às diferenças físicas, buscar-se o auxílio da Medicina Estética, da Cirurgia Plástica, da malhação nas academias, moda, perfumaria, cosmetologia, coiffeur e tentar gozar um pouco dos privilégios de uma minoria de 2% dos homens e 3% das mulheres - a minoria triunfal das "pessoas extraordinariamente bonitas".

     Determinantes de beleza, faz-se necessário ao médico esteta conhecer seus 6 principais elementos além de de saber que pode fazer parte dessa obra natural de arte uma vez que tem o poder de auxiliar e reforçar com o auxílio de sua Medicina Estética essas características que conferem à pessoa o título de "bela".    

  A) Beleza (propriamente dita): Os estudos mostram que traços convencionais e simetria facial contribuem para tornar uma pessoa atraente, assim como o tom de pele. Assim sendo, pode-se dizer que a Medicina Estética muito tem a ajudar nesse aspecto já que tanto os traços convencionais quanto a simetria facial podem ser adquiridos através dos inúmeros procedimentos que dispõe como por exemplo o Fio Russo, Fio Búlgaro, Implantes Sólidos, Fillers (Metacryl) e mesmos a cirurgia estética minimamente invasiva. Quanto ao tom de pele, muito pode ser feito com os avanços da cosmetologia assim como os inúmeros peelings em amplo uso no mundo todo.

B) Sensualidade: Pode ser separada da beleza. A beleza tem a ver com o rosto, enquanto a sensualidade deriva de um corpo atraente associado à forma como a pessoa se move, fala e se comporta ou seja, envolve personalidade, sedução e questões relativas ao comportamento de determinado grupo social como foi visto anteriormente. Então notamos que se a pessoa mentalmente sublima a sensualidade relacionada a uma específica parte do corpo,torna-se então sensual devido ao que comumente se denomina "charme" e que seria uma característica peculiar dessa pessoa. Como a Medicina Estética auxilia nesses casos já que trata-se de um processo psicossomático e comportamental? Ela pode oferecer  cuidados estéticos para deixar a região-alvo da sedução ainda mais bonita (melhorar a pele, aumentar os lábios, etc) ou mesmo cuidar para não deixar que seja perdida a beleza dessa área que lhe torna atraente (prevenir estrias, celulites, etc). Os estudos anteriores nos demonstram que é científico recorrer aos apelos, modelos e "objetos" que cercam nosso paciente a fim de descobrir qual seria o molde estético ideal para que essa pessoal atinja seu clímax lúdico ao perceber seu corpo plenamente adequado ao ideal criado por sua Imagem Corporal. Os implantes líquidos (fillers) labiais são uma amostra típica desse reforço à sensualidade.

C) Habilidades sociais: Incluem charme, graça, capacidade de interagir e se fazer gostar. Quem tem esses talentos deixa as outras pessoas à vontade e mais felizes e por isso costumam ser mais desejadas do que as pessoas normais. Sabemos que nossa face é nosso cartão de visitas onde o sorriso seria a escrita de nosso nome nesse cartão de visitas e é seguindo essa mesma linha de raciocínio que terminamos sem mais o que falar sobre o ítem "habilidade social" já que a maioria dos procedimentos de Medicina Estética destinam-se a melhorar esse aspecto que é o visual do rosto, tornando-o mais jovial e atraente, visivelmente capaz de atrair atenção e estima por parte de todos.

 D) Vivacidade: As pessoas que possuem "Vivacidade" são facilmente identificáveis pois costumam ser tratadas geralmente como “a alma da festa”. São pessoas cheias de vida e muito atraentes e elas conseguem isso adicionando energia e humor a uma boa forma física, sendo valorizadas também por seus atributos físicos. Uma das questões mais impressionantes da Medicina Estética e seus procedimentos é a convivência diária que proporciona à pessoa com ela mesma, porém de forma mais prazerosa que aquelas que não se submentem aos cuidados estéticos. Diariamente ao se olhar no espelho, essa pessoa vai poder observar-se atentamente, notando-se mais bela desde que acorda até que vá dormir. Conviver com essa beleza diariamente só reforça a auto-estima contribuido sobremaneira para o fortalecimento de todas essas características e deixando essas pessoas cada vez mais caracterizadas assim (cheias de vida, muito atraentes, cheias de energia e humor, cheias de atributos físicos, etc).

E) Apresentação: Classifica-se por apresentação tudo o que vem com o indivíduo desde o primeiro momento em que esse se apresenta incluindo desde o modo de vestir, o uso de cosméticos, de maquiagem, de perfumes, do corte de cabelo, da forma de se vestir (jóias e acessórios) até a qualidade da pele e a ausência de sinais inestéticos (olheira, manchas, cicatrizes). Nesses últimos ítens o médico esteta deve dar um show à parte controlando cor, textura, oleosidade e bronzeamento da pela assim como estando apto a tratar todos os sinais que proventura possam parecer inestéticos.

F) Sexualidade: Vem em último porque, ao contrário dos demais fatores, só é percebido nas intimidades. Inclui atributos de ordem sexual que necessitam de saúde, energia e imaginação. Nesse caso esteta não deve esquecer-se nunca que antes de tudo é "médico" e deve agir profissionalmente em toda a sua excelência e magnitude, devendo estar preparado para agir nas mais variadas áreas da medicina, seja ela a urologia, a ginecologia, a geriatria, a psicologia e psiquiatria além de finalmente não esquecer-se de exercer a soberana "Clínica Médica" ou seja, a medicina interna. Além disso, nada como uma boa estética genital para dar impulso à vida sexual de qualquer casal.

 

9 - Considerações finais

     Muitos são os fatores estressores relacionados ao trabalho como a liderança autoritária, tarefas sob pressão, cobrança quanto ao nível intelectual, cobrança quando à beleza, excesso de trabalho e o grau de interferência na vida particular que este pode ter. Dentre os fatores estressores citados anteriormente relacionados ao trabalho, claro que é aquele relativo à "cobrança quanto à beleza" nosso assunto de mais interesse. Porém é bom deixar claro que os meios usados para obter-se beleza tem que ser os mais rápidos e menos despendiosos, pois seriam esses os mais adequados àqueles que ocupam cargos profisionais nesse "mundo moderno". Há vários exemplos de fontes de beleza em constante expansão  comercial como por exemplo a cosmetologia, a perfumaria e a moda. Na medicina até então contava-se com a Cirurgia Plástica que sugere custos mais altos e maior tempo de recuperação pós-operatória. Há algum tempo passamos a contar com mais profissionais na área da Medicina Estética e é bom salientar que a mesma vem se apresentando como aquela que mais se adequa às necessidades atuais por ser resolutiva, ter custos acessíveis, não requerer grandes períodos pós-procedimentos além de não ter que movimentar todo aquele aparato social como acontece nas operações cirúgicas plásticas, não causando assim desgastes adicionais aos pacientes que ainda necessitam do próprio corpo como máquina produtora do próprio labor.  Finalmente, trata-se a Medicina Estética de algo próximo a uma especialidade médica direcionada a resolver problemas não só de ordem estética física mas também psicossomática e social, adentrando na vanguarda de procedimentos mundialmente consagrados que vêm parear a arte médica às aspirações de toda uma sociedade em plena e constante evolução.

 

10 - Bibliografia

 

1) Amado, G.; Guittet, A. A dinâmica da comunicação nos grupos. 2a. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

2) Arendt, M. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense -Universitária, 1983.

3) Corrêa, J.F.; Novaes, C.E.F. Imagem Corporal e sua Correlação com a Cirurgia Plástica. In: IV Simpósio de Saúde da Escola de Ciências Médicas de Volta Redonda. Volta Redonda, 1994.

4) Freire, G. Médicos, doentes e contextos sociais: uma abordagem sociológica. Rio de Janeiro: Globo, 1983.

5) Freud, S. Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição Standard Brasileira, v.14, Rio de Janeiro: Imago, 1976.

6) Kant, E. Crítica da razão pura. 4a. Ed., v.1, Biblioteca de Autores Célebres, 1965.

7) Lane, S.T.M. O que é psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1986.

 8) Lane, S.T.; Codo, W. Et al. Psicologiasocial - O homem em movimento. 2a. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.

9) Levy, L. Society, stress and disease. London: Oxford University Press, 1971.

10) Lipowski, Z.J. What does the word "Psichossomatic" really mean? A historical and semantic inquiry. Psichossom. Med., v.46, n.2, p.153-171, 1984.

11) Mello Filho, J. O ser e o viver. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

12) Mello Filho, J. et al. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

13) Muraro, R. Na vivência da sexualidade, o exercício do poder. Rev. Clín. Méd., Rio de Janeiro, vol. 2, n. 10, nov./dez., 1984.

14) Pitanguy, I.; Jaimovich, C.A.; Schvartz, S. Avaliação de aspectos psicológicos e psiquiátricos em cirurgia plástica. Rev. Bras. Cir., n.66, p.115, 1976.

15) Beleza é tão importante quanto inteligência para ter sucesso na carreira diz estudo. Revista Pense Empregos. http://revista.penseempregos.com.br/noticia/2011/12/beleza-e-tao-importante-quanto-inteligencia-para-ter-sucesso-na-carreira-diz-estudo-3606638.html.

16) Rodrigues, A.L. Estresse e trabalho. Revista Psicorama, v.9, n.2, São Paulo: Roche, 1988/90.

17) Winnicott, D. O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

18) Vilete, E. P. O corpo relicário do self perdido. 11. Congresso Brasileiro de Psicanálise, 1987.

 

, 1987.